50 anos do Movimento Maio de 68

Revolução começou na França e se estendeu por outros países do mundo, como Estados Unidos e Brasil.

Por Oficina do Estudante
Trabalhadores em greve ocupam usina na França, em 1968
Trabalhadores em greve ocupam usina na França, em 1968
Crédito da Imagem: Wikimedia communs
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Em 2018 comemora-se os 50 anos dos protestos de maio de 1968, e a matéria é uma das que possivelmente cairá no vestibular. Para orientar o vestibulando a respeito, deixando-o afiado para a prova, o Brasil Escola consultou o professor de história do curso e colégio Oficina do Estudante, Victor Rysovas.

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“Foi um movimento muito importante para o Mundo Ocidental porque contestou e resignificou valores que a sociedade tinha. Os jovens olharam para a geração dos pais e escolheram não ser como eles, questionando costumes e padrões culturais”, afirma o professor (entre esses padrões, homens tinham que ter cabelo curto; mulheres tinham que buscar casamento; a escolha da profissão tinha que passar pelo crivo da família, e não ser uma opção legítima do jovem; os casais não podiam se divorciar – entre outros exemplos). 

Início 

Cartazes em maio de 1968
Cartazes convocavam a população em Paris
para o movimento. Crédito: Robert Schediwy

A onda de protestos começou em 2 de maio de 1968, com uma manifestação dos estudantes da Universidade de Paris, pedindo mudanças no setor educacional. 

“Eles se sentiam oprimidos por um sistema que os obrigava à excelência, sendo que, quando chegassem ao mercado de trabalho, o que encontrariam era decepcionante”, declara Rysovas. 

“Os jovens olhavam para os pais, operários, e percebiam que os pais estavam infelizes no trabalho, e não queriam isso para eles. Queriam ser felizes, realizados”, exemplifica o docente. 

O movimento cresceu, ganhou a simpatia dos trabalhadores e evoluiu para a que foi considerada a maior greve geral da Europa (9 milhões de pessoas). A paralisação abalou os alicerces do governo de Charles De Gaulle, general que era presidente e que renunciou em 1969. 

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Pelo mundo 

Em 1968, nos Estados Unidos, o movimento hippie fazia os mesmos questionamentos dos jovens franceses - mas em relação ao status quo americano. Soma-se a isso, a luta pelos direitos civis, encabeçada por nomes Malcom X, os Panteras Negras e Martin Luther King Jr. (assassinado, inclusive, em 1968) e a Guerra do Vietnã

Veja também: 50 anos da morte de Martim Luther King Jr.

No Brasil, o endurecimento da Ditadura e a restrição ainda maior dos direitos civis culminou com o Movimento Tropicalista (de artistas como Caetano, Gil, Gal e Tom Zé) e com o exílio forçado ou voluntário dos que se opunham ao regime militar.

Frutos 

Cinquenta anos depois, bandeiras levantadas durante o movimento de 1968, como algumas da feminista Simone de Beauvoir, já foram conquistadas - tais como o direito ao divórcio e o uso da minissaia, perpassando pelo surgimento da pílula anticoncepcional ao longo da década de 1960 no Ocidente e em 1968 na França, que permitiu liberdade sexual às mulheres. “Obviamente, muitas outras reivindicações que ainda não foram conquistadas ainda estão em curso”, acrescenta Rysovas.

Paralelo 

Outro aspecto interessante que o professor destaca é que - tanto em 1968 como atualmente - os jovens vivem uma crise de ‘identidade’: “naquela época, eles não estavam contentes com a cultura estabelecida. Hoje, sofrem de uma ‘crise’ de utopia, com a falência do socialismo e de outras ideologias, não gostamos do mundo em que vivemos, mas qual a alternativa a ele?".

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