A Assembleia Geral da ONU teve início nessa terça-feira, 23, em Nova York, a agenda do evento segue com atividades até a próxima segunda-feira, 29 de setembro. A reunião, que acontece anualmente, realiza, em 2025, sua 80º edição, com o tema “Melhor juntos: 80 anos e mais pela paz, desenvolvimento e direitos humanos”.
Desde a 10ª edição da Assembleia Geral, o Brasil realiza a abertura dos discursos, honraria dada ao país após a participação do diplomata Oswaldo Aranha. O brasileiro presidiu a segunda edição do evento, quando teve papel decisivo na criação do Estado de Israel.
Owsaldo, como diplomata, estava representando o Brasil, a doutoranda em Relações Internacionais na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e escritora no RAIA Group, Bruna Amuy, explica que os diplomatas “cumprem um papel estratégico na defesa da posição oficial de seu país”.
Esses profissionais também discursam sobre temas internacionais, negociam resoluções e articulam alianças. Além de acompanhar discursos e reuniões, os diplomatas são uma figura de suporte às autoridades de seu país presentes no evento, como presidentes e chanceleres.
Bruna explica que o diplomata exerce uma função na defesa dos interesses do país que representa, atuando em negociações bilaterais ou multilaterais, formulação de acordos políticos, econômicos ou culturais. Segundo a doutoranda, além de apoio oficiais, diplomatas também auxiliam cidadão de seus países no exterior.
Leia também: entenda como a Assembleia Geral da ONU pode ser cobrada no Enem e vestibulares
O que é um diplomata?
Diplomata é um representante do governo brasileiro e atua na promoção dos interesses nacionais no cenário internacional. Ele também fortalece laços entre parceiros externos, prestam assistência a cidadãos brasileiros que estejam no exterior e podem atuar em diferentes postos, como embaixadas, consulados, missões permanentes em organismos internacionais, e desempenhar diferentes funções.
Para se tornar um diplomata é preciso que o candidato tenha um curso superior completo em qualquer área. No entanto, Bruna destaca que é preciso ter conhecimento de alguns assuntos, como história do Brasil e do mundo, direito constitucional e internacional, política internacional, geografia, economia, língua portuguesa, Espanhol ou Francês.
Para seguir carreira diplomática é necessário realizar o Concurso de Admissão à Carreira Diplomática, realizado pelo Instituto Rio Branco, órgão ligado ao Itamaraty. Segundo a doutoranda, os cursos de Relações Internacionais, Direito, História, Economia e Ciência Política são os que oferecem uma base de conhecimento mais adequada ao que é solicitado pela prova.
Bruna ainda destaca a importância de cursos adicionais específicos para o concurso, uma vez que nenhuma dessas graduações ira preparar o estudante exclusivamente para o exame de diplomata.
Crédito: Reprodução/ONU
O que é a Assembleia Geral da ONU?
A Assembleia Geral é o principal órgão de formulação de políticas da Organização das Nações Unidas (ONU) e acontece anualmente, em sessões regulares de setembro a dezembro e posteriormente quando necessário. A Semana de Alto Nível da Assembleia Geral acontece no final de setembro.
Em 2025, ano em que a Assembleia comemora 80 anos, o evento é realizado de 23 a 29 de setembro em Nova York. Nesta edição, o tema do evento é “Melhor juntos: 80 anos e mais pela paz, desenvolvimento e direitos humanos”.
A disposição dos acentos no salão da Assembleia Geral não é fixa, logo, ela muda a cada sessão. Na 80ª sessão, o Níger ocupa o primeiro acento. Os demais acentos são ocupados pelo países em ordem alfabética, em inglês.
Para a ONU, a Assembleia Geral toma algumas decisões importantes:
- nomear o secretário-geral com base na recomendação do Conselho de Segurança
- eleger os membros não permanentes do Conselho de Segurança
- aprovar o orçamento da ONU
Crédito: Arquivo pessoal.
O que é preciso para trabalhar na ONU?
Para ingressar na ONU não existe um caminho único e direto, mas por diferentes vias. Bruna conta que uma das principais vias de ingresso na ONU é pela participação em programa de estágio e voluntariado, ela cita o UN Volunteers. Por meio desses programa é possível adquirir experiência, prática e visibilidade dentro do sistema da ONU.
Outras opções são o Young Professionals Programme (YPP), voltado a jovens qualificados de determinados países, e o JPO (Junior Professional Officer), geralmente em parceria com governos nacionais.
“Em todos os casos, é fundamental ter fluência em inglês e em outro idioma oficial da ONU (como francês ou espanhol), além de formação acadêmica sólida e experiência em áreas relacionadas aos objetivos da organização, como direitos humanos, meio ambiente ou desenvolvimento sustentável.”
Bruna Amuy
Bruna destaca que diplomatas também podem trabalhar na ONU representando seus países, no entanto, as Nações Unidas não têm diplomatas próprios.