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A obra "Tropa de Elite", de 2007, expõe o dia a dia dos oficiais do BOPE, tropa de elite da polícia militar, que têm como objetivo intervir em operações onde a polícia convencional não consegue operar. Ao longo do desenvolvimento da trama, ficam explícitos os efeitos que esses confrontos constantes têm para a população mais humilde e trabalhadora das periferias, onde a grande parte desses conflitos se situam, como o medo de serem alvos de ataques por serem confundidos com transgressores da lei, além de traumas experienciados por estas pessoas como consequência da brutalidade e pela violência dessas "guerras" constantes. Consoante à obra supracitada, se torna lícito postular que a sociedade brasileira sofre com os mesmos desafios enfrentados no enredo, principalmente as pessoas que residem em regiões periféricas, onde esses combates são mais intensos e frequentes. Dessarte, se torna premente a análise de dois desafios que destacam-se como grandes sustentáculos dos danos causados pelas operações policias nas favelas: a ineficiência das políticas públicas e o racismo estrutural que orienta a formulação da obra securitária brasileira. (Delimite as discussões iniciais)

Diante do exposto, as políticas públicas ineficazes contribuem para os danos causados nas favelas pelas operações, devido à falta de regulamentações que assegurem a integridade física e moral de pessoas que residem nas áreas afetadas por esses conflitos. Conforme defendia Thomas Hobbes em "Leviatã", a ausência de leis conduz o homem ao estado da barbárie, onde operam a violência e o medo. Desse modo, é notável como a falta de leis pautadas na especificidade e na gravidade do assunto possuem o poder de agravar ainda mais esta situação, fortalecendo a falta de coesão e a injustiça social enfrentada pelas pessoas na favela.

(Boa estratégia coesiva) Ademais, o racismo estrutural que orienta a formulação da obra securitária brasileira intensifica de modo contundente o óbice em pauta, tendo em vista que indivíduos negros e periféricos são constantemente associados à criminalidade de forma automática, resultando em abordagens violentas e no risco real de letalidade estatal. Em convergência ao pensamento de Silvio Almeida, tal dinâmica opera de maneira institucional e contínua, uma vez que o racismo é um mecanismo de organização social, e não um evento isolado. Sob esse panorama, é possível afirmar que o sistema societário hodierno apresenta um problema grave em seus alicerces, visto que naturaliza a desigualdade, legitima a violência do Estado e rompe, inclusive, com o Art. 5º da Constituição Federal — que garante a inviolabilidade da vida e da integridade da pessoa humana. (Reveja como essa discussão se relaciona com o tema)
 
(Boa estratégia coesiva) Infere-se, portanto, que as operações policiais nas favelas configuram um problema estrutural, alimentado tanto pela ineficiência das políticas públicas quanto pelo racismo vigente nas instituições. Dessa forma, cabe ao Governo Federal, por meio do Ministério da Justiça, elaborar um protocolo nacional de atuação policial em contextos vulnerabilizados, regulando o uso da força, implementando treinamentos obrigatórios de direitos humanos e fiscalizando condutas militares por meio de auditorias trimestrais, com o intuito de assegurar a integridade física e moral da população periférica. Além disso, o Ministério da Educação deve incorporar nos currículos escolares programas permanentes de educação antirracista, por meio de materiais pedagógicos especializados e debates orientados por profissionais da área, com o objetivo de desconstruir estigmas e mitigar reproduções preconceituosas. Assim, será possível reduzir os impactos dessa problemática e construir uma sociedade mais equânime, segura e condizente com os princípios constitucionais. (Apresentou todos os elementos da proposta de intervenção)