Relações entre Inteligência Artificial e Educação no Brasil - Corrige Aqui

O eminente filósofo polonês Zygmunt Bauman declarou que os valores da sociedade estão sendo colonizados pela lógica de mercado. Isso encontra eco em todos os setores da atividade humana, e no âmbito da educação não é diferente. Tal fenômeno, entretanto, adquiriu uma intensidade maior nos tempos hodiernos com o recente avanço das inteligências artificiais - IAs - e seu potencial de uso praticamente ilimitado, influenciando significativamente o comportamento das pessoas e a forma como elas aprendem. Nesse contexto, é crucial analisar o impacto dessas ferramentas na educação brasileira, os quais podem ser avaliados em termos de acentuação de desigualdades sociais e interferência sobre o raciocínio crítico dos estudantes. (Muito bem. Formulou a tese)

Em primeiro plano, é necessário reconhecer que os benefícios prometidos pelo emprego das IAs não alcançarão de forma igualitária os diversos segmentos da população. Embora essa realidade seja verificável em todo o mundo, sua expressão é mais acentuada em países marcados por discrepâncias sociais históricas, como é o caso do Brasil. Nesse sentido, considerando a afirmação de Bauman, é notório que as empresas que oferecem serviços baseados em inteligência artificial atuam basicamente dentro de uma perspectiva mercadológica, ou seja, visando ao lucro. Por conseguinte, no cenário brasileiro, o acesso a tais tecnologias é mais viável para as camadas mais privilegiadas da sociedade, as quais podem pagar pelos serviços e plataformas de IA que oferecem pacotes personalizados e aprimorados. Na outra ponta, encontram-se alunos pertencentes às classes sociais economicamente menos favorecidas, que já não dispõem de recursos suficientes para aquisição de equipamentos - computadores, notebooks, smartphones, etc. - e também apresentam dificuldades financeiras que impossibilitam o pagamento das mensalidades cobradas pelas empresas de inteligência artificial. Desse modo, verifica-se que, a despeito do progresso dessas inovações tecnológicas, seu alcance não se estenderá de forma homogênea entre os estudantes brasileiros. (Delimite as discussões) 

(Boa estratégia coesiva) Ademais, também é válido considerar o impacto das inteligências artificiais na capacidade de aprendizagem dos indivíduos. Sob esse viés, pesquisas recentes demonstram que a utilização dessas ferramentas pode afetar substancialmente o raciocínio crítico, resultando em prejuízos na esfera cognitiva. Isso é perceptível na medida em que os usuários de IAs tendem a delegar grande parte das tarefas aos aplicativos e programas como ChatGPT, Gemini, Claude, etc. Como resultado, alimenta-se um ciclo vicioso caracterizado por indolência e preguiça mental: os alunos perdem motivação e interesse pelas atividades, preferindo terceirizar sua execução - o que, na atualidade, é cada vez mais fácil em virtude do advento e do rápido desenvolvimento da inteligência artificial. Logo, em função da diminuição do esforço mental e da superficialidade dos conhecimentos obtidos, são evidentes os efeitos negativos dos auxiliares artificiais sobre a capacidade de pensar e raciocinar criticamente, culminando com déficits cognitivos e estagnação intelectual.

(Boa estratégia coesiva) Diante do exposto, é imprescindível, portanto, que medidas sejam tomadas para minimizar os impactos supracitados. Sob tal perspectiva, é fundamental que o governo federal - principal formulador de políticas públicas no território nacional - atue decisivamente de maneira a regulamentar as atividades dos prestadores de serviços de inteligência artificial e, adicionalmente, promova condições favoráveis para que a população mais pobre tenha acesso a equipamentos e plataformas de IA, com vistas a reduzir as desigualdades apontadas nesta discussão. Isso pode ser concretizado por meio de uma maior inclusão digital, com o Estado subsidiando os recursos necessários para tanto. Outrossim, cabe ao Ministério da Educação editar normas para disciplinar os limites do uso desses instrumentos digitais nas instituições de ensino no país, visando evitar possíveis prejuízos intelectuais entre a população estudantil. Assim, viabilizadas tais propostas, os interesses de mercado serão sobrepujados pela principal função da educação, que é transformar o ser humano em um agente capaz de pensar e agir criticamente na sociedade, almejando sempre o bem comum. (Apresentou todos os elementos da proposta)