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Com raízes históricas na idealização romântica da mulher do século XIX, a crença no sentimentalismo e na fragilidade feminina faz parte do senso comum contemporâneo. Embora de aparência inofensiva, tal retórica esconde uma dinâmica abusiva que envolve a figura feminina. (Muito bem. Contextualizou o tema)

Com efeito, valoriza-se a mulher enquanto aquela que se entrega ao homem. Esta é a tese defendida pela filósofa francesa Simone de Beauvoir, para quem a dependência feminina é produto de sua posição alienada. Como consequência, a fatalidade que atinge o outro — centro existencial da mulher — recai sobre ela como se fosse a própria vítima. Assim, na hierarquia social, cabe à mulher o ônus de cuidar, sofrer, consolar e reerguer, num ato de total doação e mínimo retorno. (Explore mais a discussão)

Dessa mecânica social, depreende-se o sentimentalismo exposto na literatura brasileira: Iracema, de José de Alencar, que perece de tristeza, e Capitu, de Machado de Assis, chorando diante da loucura de Bentinho. Por meio dessas personagens, expõem-se as relações abusivas de dependência cuja origem se encontra na formação estruturalmente patriarcal que receberam. Assim, a opressão masculina produz a imagem da mulher sensibilizada, que não se coloca como centro de sua própria existência.

(Boa estratégia coesiva) Dado o exposto, conclui-se que um processo de despersonalização feminina ainda está intrinsecamente arraigado na cultura nacional. Portanto, a fim de combater esse fenômeno, o Governo Federal deve promover a valorização da mulher como indivíduo ativo. Para tanto, o Ministério da Educação poderá incluir na Base Nacional Curricular Comum, por meio do componente de História, o estudo de figuras femininas cujas ações impactaram a sociedade. Dessa forma, a mulher poderá enfim se libertar das amarras que a sociedade lhe impôs. (Apresentou todos os elementos da proposta)