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Consequências de um relacionamento abusivo na vida das mulheres

Enviada em: 19/09/2025

Status da correção:
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Na célebre obra "Quarto de Despejo", a escritora Carolina Maria de Jesus narra as agruras de uma vida marcada pela vulnerabilidade e pela violência, um retrato contundente da realidade de muitas mulheres brasileiras. Embora o foco da autora seja a miséria material, sua escrita evoca uma miséria afetiva que se assemelha àquela vivenciada em relacionamentos abusivos. Fora da ficção, a problemática dessas relações tóxicas representa uma grave questão de saúde pública e de direitos humanos, cujas consequências transcendem a violência física e deixam cicatrizes psicológicas, sociais e econômicas profundas, perpetuando um ciclo de dor e subjugação.

Em primeiro plano, é imperativo analisar o impacto devastador que o abuso causa na saúde mental da mulher. Através de manipulações sutis e contínuas, como o "gaslighting" — tática em que o abusador distorce a realidade para fazer a vítima duvidar de sua própria sanidade —, a mulher é aprisionada em uma teia de confusão e culpa. Essa violência psicológica, muitas vezes mais danosa que a agressão física, corrói a autoestima e a identidade da vítima, resultando em quadros severos de ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático. A personagem Celie, do livro "A Cor Púrpura" de Alice Walker, ilustra essa condição ao internalizar por anos o silêncio e a opressão impostos pelo marido. Dessa forma, a destruição da autopercepção da mulher a torna emocionalmente dependente do agressor, dificultando a quebra do ciclo abusivo.

(Boa estratégia coesiva) Ademais, as consequências de uma relação violenta extrapolam a esfera íntima e geram um severo isolamento social e financeiro. É comum que o parceiro abusivo, em um esforço para manter controle total, afaste a mulher de sua rede de apoio, incluindo amigos e familiares, minando suas relações e tornando-a uma ilha de vulnerabilidade. Concomitantemente, a dependência econômica é frequentemente uma ferramenta de coação: muitas mulheres são impedidas de trabalhar ou têm suas finanças controladas, o que cria uma barreira material quase intransponível para o rompimento. Essa conjuntura não apenas aprisiona a vítima na relação, mas também a estigmatiza perante uma sociedade que, por vezes, ainda culpa a mulher pela violência sofrida, dificultando sua reintegração social e profissional.

​​​​​​​(Boa estratégia coesiva) Fica evidente, portanto, a necessidade de uma ação estatal e social coordenada para mitigar as consequências dos relacionamentos abusivos. Para tanto, o Governo Federal, em parceria com os Ministérios da Mulher e da Saúde, deve criar o programa "Reconstruir Laços". Essa iniciativa consistirá na ampliação e reestruturação dos Centros de Referência da Mulher, que passarão a oferecer, de forma integrada, suporte jurídico, acolhimento psicológico contínuo e gratuito, e programas de capacitação profissional. Tal ação se dará por meio da alocação de verbas específicas para a contratação de psicólogos, assistentes sociais e orientadores de carreira, além da criação de parcerias com empresas privadas para facilitar a reinserção dessas mulheres no mercado de trabalho. O detalhamento dessa parceria, por exemplo, pode incluir a oferta de incentivos fiscais para as empresas que aderirem ao programa, garantindo a criação de vagas exclusivas. O objetivo é oferecer um amparo completo que não apenas facilite a denúncia, mas que também forneça as ferramentas necessárias para que a mulher reconstrua sua autonomia psicológica, social e financeira, quebrando definitivamente o ciclo da violência e resgatando sua plena cidadania, como a que Carolina Maria de Jesus tanto almejava. (Apresentou todos os elementos da proposta de intervenção)

Dados correção tradicional

Mantenha os aspectos positivos. Bom estudo! 

Competência Nota Motivo
Domínio da modalidade escrita formal 200 Nível 5 - Demonstra excelente domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa e de escolha de registro. Desvios gramaticais ou de convenções da escrita serão aceitos somente como excepcionalidade e quando não caracterizem reincidência.
Compreender a proposta e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o texto dissertativo-argumentativo em prosa 200 Nível 5 - Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente, a partir de um repertório sociocultural produtivo e apresenta excelente domínio do texto dissertativo-argumentativo.
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações em defesa de um ponto de vista 160 Nível 4 - Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, de forma organizada, com indícios de autoria, em defesa de um ponto de vista.
Conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação 200 Nível 5 - Articula bem as partes do texto e apresenta repertório diversificado de recursos coesivos.
Proposta de intervenção com respeito aos direitos humanos 200 Nível 5 - Elabora muito bem proposta de intervenção, detalhada, relacionada ao tema e articulada à discussão desenvolvida no texto.
NOTA FINAL:     960
Nível 0 Nota 0
Nível 1 Nota 40
Nível 2 Nota 80
Nível 3 Nota 120
Nível 4 Nota 160
Nível 5 Nota 200