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A filósofa política Hannah Arendt afirma que “a essência dos direitos humanos é o direito a ter direitos”. No contexto brasileiro contemporâneo, tal premissa se relaciona diretamente com a democracia, que deveria assegurar a participação plural e o respeito às divergências. Entretanto, a crescente polarização política tem desafiado esse ideal, uma vez que acirra antagonismos, reduz espaços de diálogo e ameaça a coesão social necessária ao fortalecimento do regime democrático. Esse cenário se constrói a partir de fatores como a disseminação de desinformação e a intolerância ideológica, ambos prejudiciais à consolidação das instituições democráticas. (Muito bem. Contextualizou o tema e formulou a tese)

Diante desse cenário, é importante destacar que a polarização política, embora natural em regimes plurais, torna-se prejudicial quando se converte em antagonismo extremo. Conforme dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o Brasil registrou aumento significativo na percepção de divisão política entre 2014 e 2022, impulsionada, em parte, pelo uso de redes sociais que favorecem a circulação de informações falsas e conteúdos sensacionalistas. Tal fenômeno, analisado pelo sociólogo Manuel Castells, resulta em “bolhas informacionais” que reforçam opiniões preexistentes e dificultam o debate fundamentado. Como consequência, o processo democrático, que depende do diálogo entre diferentes perspectivas, sofre enfraquecimento.

(Boa estratégia coesiva) Além disso, a intolerância ideológica derivada da polarização afeta diretamente a participação cidadã. A filósofa Marilena Chaui ressalta que a democracia pressupõe o reconhecimento da legitimidade dos indivíduos no espaço público. Contudo, no cenário atual, é comum a desqualificação de adversários políticos por meio de discursos de ódio e ataques pessoais, o que desestimula o engajamento construtivo e aprofunda divisões. Esse quadro se reflete em episódios recentes de violência motivada por divergências políticas, como os registrados durante as eleições de 2022, que expuseram a fragilidade da cultura democrática e a necessidade de promover educação política e midiática para a população.

​​​​​​​(Boa estratégia coesiva) Portanto, a polarização política no Brasil apresenta obstáculos significativos ao fortalecimento da democracia, seja pela propagação de desinformação, seja pela intensificação da intolerância ideológica. Para enfrentar tal problemática, o Tribunal Superior Eleitoral - sistema responsável pela organização das eleições -, em parceria com plataformas digitais, deve implementar campanhas de combate às fake news durante e fora do período eleitoral, com uso de verificadores independentes e ampla divulgação em mídias tradicionais e digitais. Ademais, o Ministério da Educação deve incluir no currículo escolar um componente de educação para a cidadania digital, que ensine análise crítica de informações e respeito às divergências políticas, e, assim, criar cidadãos capazes de coexistir com outros polos ideológicos. Tais medidas visam ampliar o acesso a informações confiáveis, estimular o diálogo e, assim, fortalecer a democracia brasileira.​​​​​​​ (Apresentou todos os elementos da proposta de intervenção)