Polarizar para fragmentar

A atual Constituição Federal - cujo texto foi promulgado em 05 de outubro de 1988 - reúne em seu bojo uma série expressiva de direitos e garantias fundamentais, entre os quais se encontram a liberdade de expressão, por exemplo. Todavia, a despeito de positivados na norma, tais direitos não se efetivam plenamente na prática, haja vista a permanência de desafios da polarização política para o fortalecimento da democracia no Brasil. Nesse contexto, é necessário analisar o impacto da negligência estatal e da educação deficitária como fatores implicados na gênese do fenômeno em questão. (Muito bem. Formulou a tese)

Em primeiro plano, torna-se imperativo compreender o papel da omissão governamental nessa conjuntura. Sob tal perspectiva, o eminente filósofo alemão Friedrich Hegel afirmou que o Estado exprime o interesse coletivo e reafirma a liberdade humana. Essa concepção, todavia, não reverbera plenamente na realidade brasileira, visto que no país ocorrem embates fervorosos - e muitas vezes violentos - envolvendo grupos da sociedade em torno de duas visões de mundo aparentemente opostas: direita e esquerda. Nesse sentido, ao privilegiar um modelo de organização político-partidária centrado em dois polos distintos, a máquina estatal é diretamente responsável por gerar a divisão das massas em torno dessas duas vertentes políticas e sociais, alimentando discórdias e divergências acentuadas entre a população.

(Boa estratégia coesiva) Ademais, é notório que esse estado de coisas tem relação direta com a precariedade do sistema educacional em âmbito nacional. Nesse viés, Paulo Freire - notável sociólogo e pedagogo - declarou solenemente: "Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda". De fato, enquanto perdurarem as deficiências no sistema de ensino no país, os cidadãos não terão plenitude de acesso aos saberes e conhecimentos que os tornam politicamente emancipados e intelectualmente mais aptos a participar de forma mais efetiva e eficaz na vida pública. Isso se traduz em menor capacidade de ação racional no palco das disputas políticas, resultando em falhas na construção de uma democracia legítima.

(Boa estratégia coesiva) Portanto, é imprescindível que a negligência do Estado e a educação ineficiente sejam combatidas com vistas a alterar essa realidade. Para tanto, cabe ao governo federal - principal formulador de políticas públicas no território nacional - promover articulações estratégicas com o Poder Legislativo visando ampliar o espectro político no Congresso Nacional, por meio da criação e da atuação de agremiações políticas com escopos ideológicos variados. Outrossim, o Ministério da Educação deve envidar esforços para disseminar nas escolas uma ensino mais consistente em termos de sociologia e política, permitindo a formação de uma consciência cidadã e plural, não limitada a um modelo polarizado. Viabilizadas tais medidas, o corpo social poderá exercer a democracia de forma mais plena, e os direitos previstos na Carta Magna serão devidamente assegurados. (Apresentou todos os elementos da proposto)