Alimentos ultraprocessados: um desafio à saúde pública

O artigo 196 da Constituição Federal de 1988 afirma que a saúde é um direito de todos e dever do Estado. Entretanto, percebe-se que há uma divergência entre o que é assegurado pela lei e a realidade, haja vista a alta incidência de problemas de saúde entre os brasileiros decorrentes do consumo de alimentos ultraprocessados. Dessa forma, é imprescindível analisar como a precária educação alimentar e a desigualdade social contribuem para a perpetuação dessa problemática. (Muito bem. Formulou a tese)

Em primeira análise, é importante destacar a desigualdade social como principal empecilho. O livro Geografia da Fome, de Josué de Castro, afirma que o problema alimentar não está na ausência de alimentos, mas na distribuição irregular deles. Sob essa ótica, o Brasil confirma tal teoria, pois, conforme dados do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - a população de baixa renda consome mais alimentos ultraprocessados que naturais, já que são mais acessíveis e possuem uma maior durabilidade. Desse modo, a acessibilidade restrita a produtos in natura favorece o aumento do consumo de ultraprocessados.

(Boa estratégia coesiva) Ademais, cabe apontar a falta de educação alimentar como outro fator impulsionador. O longa-metragem "A Baleia" (2022), (Sem vírgula) evidencia como a desorientação alimentar, aliada à negligência emocional e social, contribui para o desenvolvimento de hábitos alimentares prejudiciais à saúde. Nesse contexto, nota-se que grande parte da população nacional encontra-se em situação semelhante, tendo em vista que, segundo dados do Ministério da Saúde, em 2023, cerca de 61% dos brasileiros tinham obesidade. Logo, a carência de educação alimentar da população brasileira, além de aumentar os índices de excesso de peso entre os jovens, também colabora com o crescimento da taxa de outros problemas físicos e mentais.

(Boa estratégia coesiva) Infere-se, portanto, a necessidade de medidas realmente eficazes para findar a questão. Sendo assim, torna-se imperativo que o Estado, como agente regulador da sociedade, incentive o consumo de alimentos in natura por meio da redução de taxas sobre produtos naturais e impulsione a agricultura local através de subsídios, a fim de tornar alimentos saudáveis mais acessíveis economicamente. Paralelamente a isso, as escolas - instituições responsáveis pela educação - devem promover a conscientização dos jovens sobre a importância de uma alimentação saudável e os riscos do consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, mediante palestras de nutricionistas, para que a sociedade brasileira tenha uma educação alimentar estruturada e, consequentemente, reduza os índices de obesidade no Brasil. (Proposta completa)