Combate ao bullying

Santos, 25 de abril de 2011

Ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República

Cara Maria do Rosário Nunes,

Espero, sinceramente, que esta carta faça-lhe pensar sobre a urgência que existe em colocar em prática uma campanha “anti-bullying” em todas as escolas brasileiras, sendo estas públicas ou particulares.

Sabemos que o bullying se tornou um dos principais motivos de depressão, flagelações e muitas vezes até o suicídio dos jovens brasileiros. Assim como também sabemos que, infelizmente, o bullying ainda é considerado, por uma parte da população, nada mais que uma brincadeira e/ou implicância típica da fase escolar, e, esta ignorância torna ainda mais difícil o apontamento e a solução de casos de bullying nas escolas. Por este motivo, peço-lhe, maior divulgação sobre o bullying e maior esclarecimento dos danos que esta pratica pode ter para que opiniões como essas deixem de existir.

É fundamental que o estado promova palestras, tanto em escolas públicas como particulares, para maior conhecimento dos professores e também dos alunos. Seria interessante se houvesse palestras com ex-vitimas de bullying que pudessem relatar sobre como era sua vida e quais eram as agressões que sofria, pois os estudantes poderiam perceber quais eram as ações tomadas pelos agressores para que não a repitam. Poderia ser implantada, também, uma lei para que houvesse pelo menos um profissional de ensino com todo conhecimento suficiente para lidar de casos de bullying.

Gostaria de compartir com a senhora um fato da minha realidade - e da de milhares de jovens da minha idade -: A cada vez que eu entro em uma rede social na internet ou acesso um site, vejo uma noticia de suicídio de jovens que sofrem bullying e todas as vezes que eu vejo uma noticia dessa penso “Poderia ser eu.”. E poderia mesmo, já que qualquer pessoa que frequenta um ambiente escolar pode sofrer com este tipo de prática. Sem contar que esta agressão vai muito além do período escolar, como provam os casos de ex-alunos que voltaram ao colégio que estudaram para ferir e matar atuais alunos.

Está comprovado que as escolas do Brasil precisam, o mais breve possível, de uma campanha “anti-bullying” que dê fim a esta prática cruel da qual muitos jovens sofrem.

Atenciosamente,

Rafaella Soares.